MPMT reforça compromisso com a valorização das culturas afro e indígena

por ANA LUÍZA

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Uma caminhada cultural guiada pelo Centro Histórico de Cuiabá, com o objetivo de resgatar e valorizar a presença e influência dos povos afro-brasileiros e indígenas na formação da cidade. Assim foi a Rota da Ancestralidade realizada na noite de quinta-feira (16), em parceria com o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), por meio do Núcleo de Qualidade de Vida no Trabalho – Vida Plena. A atividade, conduzida pelos integrantes do movimento, levou o grupo por sete pontos simbólicos da região Largo do Rosário/Alavanca de Ouro, Igreja do Rosário e São Benedito, Praça da Mãe Preta, Beco do Candeeiro, Museu da Imagem e do Som de Cuiabá (Misc), Rua das Pretas e Praça da Mandioca. Em cada parada, os participantes puderam ouvir histórias, músicas e relatos que revelam a ancestralidade da cidade e o protagonismo de povos tradicionalmente invisibilizados.A promotora de Justiça Gileade Pereira Souza Maia, coordenadora do Vida Plena, destacou a importância da experiência para o fortalecimento institucional do compromisso com a igualdade racial e o respeito à diversidade.“Foi um privilégio viver essa experiência. A Rota da Ancestralidade nos proporcionou muito mais do que uma caminhada, foi um mergulho profundo em uma cultura rica, potente e essencialmente nossa. Esta noite representa uma oportunidade de reconexão com as nossas raízes, de reconhecimento da contribuição da cultura afro-brasileira e da sua importância para a história e identidade cuiabana. Cada passo do percurso revelou o quanto essa cultura está viva, presente e pulsante nos espaços que atravessamos. Levamos conosco não só o aprendizado, mas também o compromisso de manter essa memória ativa, de valorizar essas vozes e de integrar essa vivência ao nosso trabalho no Ministério Público”, afirmou.Para a subprocuradora-geral de Justiça de Planejamento e Gestão, Anne Karine Louzich Hugueney Wiegert, a caminhada também foi um convite à reflexão sobre o passado e o enfrentamento das desigualdades ainda existentes. “Participar da Rota da Ancestralidade foi uma experiência enriquecedora. Foi uma viagem histórica em memórias muito significativas de uma trajetória de um povo e de uma cultura afro-brasileira em Cuiabá. Passamos por lugares incríveis em que a história ali nos traz a compreensão de um passado que reflete tanta desigualdade no presente e nos prepara para esse enfrentamento e essa luta por uma maior igualdade para hoje e para o futuro”, destacou.Idealizada há mais de dez anos por Cristóvão Luiz Gonçalves da Silva, a Rota da Ancestralidade nasceu como um cortejo afro e se consolidou como um movimento cultural e educativo que busca resgatar histórias silenciadas e valorizar as contribuições da população preta e indígena na formação de Cuiabá. Segundo Cristóvão, a presença do Ministério Público no percurso reforça o papel das instituições na construção de uma sociedade mais consciente e plural. “A Rota da Ancestralidade é sagrada para nós. Ela inspira liberdade – de ir, de vir, de esperançar – e nos conecta à voz do silêncio ancestral. Receber o Ministério Público aqui é muito especial, porque além de aprender, também compartilhamos nossa história, nossa cultura afro-cuiabana, nossa cosmovisão. Caminhar pelos sete pontos é mais que turismo: é afroturismo, é memória viva, é direito à história. Que essa parceria se fortaleça, porque liberdade também é romper com o cativeiro físico, mental e espiritual. Axé para vocês, axé para nós, axé para o universo”, disse.As integrantes da Rota Júlia Rodrigues, Ana Carolina da Silva Borges e Cristina Soares também destacaram a importância da presença do MPMT e o papel de ações como essa na preservação da memória e na ampliação da consciência histórica.“A Rota é isso: um chamado à conscientização para que esse legado permaneça, não seja banalizado nem naturalizado como algo insignificante. Por que não falamos sobre essas mulheres que fizeram tanta diferença na nossa Cuiabá? Porque são mulheres pretas? Mulheres dignas de terem suas narrativas contadas, interpretadas e valorizadas. Isso é importante”, considerou Júlia Rodrigues.“A gente cumpre um papel político e de consciência histórica, e acredita que toda oportunidade de diálogo com instituições como o Ministério Público é uma forma de fortalecer a coletividade que representamos. Quando recebemos o convite, comemoramos, porque sabemos que essa escuta é fundamental. A Rota da Ancestralidade não é só uma caminhada, é uma intervenção social, um exercício de memória e de valorização da cultura afro-brasileira, que também é identidade cuiabana. Queremos que essa parceria se repita, se amplie, e que nossas vozes cheguem cada vez mais longe”, destacou Ana Carolina da Silva Borges.“A gente precisa abrir nosso olhar, ir além daquilo que estamos acostumados e enxergar a partir do olhar do outro. É muito importante a presença de vocês. A gente fica feliz por se abrirem mesmo, por estarem dispostos a aprender essa história que não foi contada. Porque a gente precisa fazer a diferença onde está. Não basta só trabalhar, cumprir protocolo. A gente precisa fazer mais”, completou Cristina Soares.Saiba mais sobre a Rota da Ancestralidade aqui. Assista ao clipe da Rota aqui.

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Fonte: Ministério Público MT – MT

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